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segunda-feira, 19 de maio de 2014

TEOLÂNDIA: PARTE DO CAIS DESABA E PREJUDICA O RIO QUE ABASTECE A CIDADE; TÉCNICO EM MEIO AMBIENTE FALA SOBRE O PROBLEMA

Como uma das consequências da enxurrada que caiu em Teolândia no sábado de carnaval, em março desse ano, parte do muro da pequena extensão do “cais” desabou. Por mais forte que fosse a chuva, ela não teria a capacidade de derrubá-lo se não houvesse problemas estruturais na obra, pois uma das finalidades de um cais é exatamente conter as águas do rio e evitar um possível alagamento em caso de fortes chuvas.

O convênio que destinou recursos à construção da obra teve a sua vigência iniciada no final da primeira gestão do ex-prefeito Antonio Junior, em 2008, após decretação do estado de defesa civil motivado também por fortes chuvas que caíram na cidade. Segundo dados do Portal da Transparência do governo federal, os recursos saíram dos cofres do Ministério da Integração Nacional, cujo valor da última parcela foi de R$ 400.000,00 (quatrocentos mil reais).

O desastre anunciado, além do estreitamento da rua e perigo a quem passa,  trouxe um problema ainda maior, que talvez não tenha chamado a atenção da população. Um amontoado de pedras e concreto foi despejado no Rio, causando um impacto imensurável para os leigos. Segundo informações de técnicos da prefeitura, o muro caiu porque foi construído com uma espessura de 1,50m de alto a baixo, quando deveria ter 3,5m na sua base. Consultamos o técnico de Meio Ambiente José Carlos Alves dos Anjos Junior para falar sobre o problema. Ele é teolandense e foi formado pelo Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia Baiano (IFBAIANO). Além do curso técnico, ele é graduando em Gestão Ambiental pela UNINTER e já desenvolveu projetos na área, na cidade de Valença. 

Ele afirmou que o rio passa por problemas de degradação ambiental, causado por diversos problemas, dentre eles, o desconhecimento e desrespeito às leis ambientais por parte da população e autoridades políticas. Ele falou do conceito de Área de Preservação Permanente (APP), popularmente chamada de matas ciliares, tão importantes para a preservação dos rios.

Ele disse ainda que “a ausência das matas ciliares acarretam sérios problemas ao rio de nossa cidade”. Perguntamos se a obra do cais compromete o rio e de que maneira. Ele disse que:

- Sim, a construção da (orla) na cidade afetará direta ou indiretamente o rio preto de Teolândia, pois a construção supriu a ausência de mata ciliar e toda vegetação do local em todo seu percurso, essa vegetação é a parte que sustenta o rio, chamada de mata ciliar, protegidas por lei. Ela evita os processos de erosão e assoreamento do rio, podendo afetar na produção de nutrientes e oxigênio para os peixes. Elas também constituem barreiras naturais contra a disseminação de pragas e doenças da agricultura e, durante seu crescimento, absorvem e fixam dióxido de carbono, um dos principais gases responsáveis pelas mudanças climáticas que afetam o planeta. A obra é considerada de alto impacto ambiental e demandaria Estudo de Impacto Ambiental e posteriormente, um relatório apresentando à população os seus benefícios e consequências.

O Rio Preto, como é chamado, abastece toda a cidade de Teolândia que dispõe de água encanada e parte da população do povoado do Rio Preto, pertencente à Wenceslau Guimarães. Milhares de pessoas dependem das águas do rio para a sua subsistência. A obra, além de não cumprir a sua finalidade social, trás riscos ao futuro do rio e daqueles que dependem dele.

Redação: Arautos de Teolândia

1 comentários:

Unknown disse...

Esse cais foi apenas uma ponta de um grande e obscuro" iceberg", composto pela falta de ética, moral, honestidade que culminaram na malversão, locupletação e apropriação indébita dos recursos públicos.
O que me chama atenção é que esses e outros absurdos foram praticados sob as "barbas" dos fiscalizadores da lei que nada fizeram. Seria rabo preso?
Antonio Marcos

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