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quarta-feira, 29 de maio de 2013

BANANAS, CEASA E DESENVOLVIMENTO. O QUÊ TEOLÂNDIA TEM A VER COM TUDO ISSO?

Texto escrito e enviado por Antonio Marcos Pereira
Teolandense que vive em Cruz das Almas
Formado em Pedagogia pela Universidade do Estado da Bahia - UNEB

Situado na parte ocidental do território de identidade do baixo sul, o pequeno município de Teolândia possui uma geografia bastante comum a todos os municípios que compõem o território. Com um relevo bastante acidentado, onde são poucas as terras disponíveis a mecanização, o modelo agrícola durante muito tempo baseou-se na monocultura do cacau, no cultivo da mandioca e poucas áreas de cravo, guaraná e pimenta do reino; sendo o cacau o de maior importância econômica nesse período.

Com o passar do tempo, mais precisamente no final dos anos 70 e início dos anos 80, uma nova cultura começara a surgir, o cultivo da banana tipo terra que ganhou grande relevância, revelando-se uma importante alternativa a grande crise que assolou toda a região cacaueira. Durante esse período Teoalndia se destacava como o maior produtor brasileiro da fruta (Vide dados da CEPLAC e IBGE), empregando milhares de trabalhadores rurais e contribuindo para o surgimento de uma nova classe média na cidade. Hoje perdemos esse posto para municípios vizinhos como Wenceslau Guimarães e Presidente Tancredo Neves, tendo com principal motivo a adoção de políticas públicas equivocadas para o setor em que o principal foco era os interesses políticos partidários e particulares que nos deixaram aquém do nosso grande potencial.

Podemos ter perdido a posição de maior produtor da fruta, mas cabe a nós o titulo de maior comercializador e exportador desse plátano do Brasil, razão que todo mês de junho comemoramos e rendemos a homenagem a esse grande fruto devido a sua importância econômica e social para o município. O comercio de banana da terra na cidade movimenta milhões de reais, gera diversos empregos diretos indiretos e se constitui uma das principais fontes de renda de grande parte de agricultores familiares.

Voltando os olhos para os nossos vizinhos, percebemos que estamos deixando o “bonde da história passar”, Presidente Tancredo Neves cresce com uma pujança invejável (bancos, cooperativas,escola agrícola, SAC, agência de INSS e etc).Wenceslau Guimarães está prestes a inaugurar uma fábrica internacional de banana chips e receber uma centro de abastecimento e  um posto de pedágio na BR 101, além de possuir  melhor acesso as repartições públicas, sejam elas estadual ou federal.

É hora de olhar para o passado e corrigirmos os nossos erros, adotando políticas arrojadas, buscar parcerias, viabilizar convênios e projetos, fortalecer o cooperativismo e o associativismo,estruturar as agroindústrias,  ir em busca de outras alternativas capazes de gerar emprego e renda na cidade, estimular a urbanização e atrair investidores; apostar em novas culturas. Em fim, está na hora de sabermos vender o nosso “peixe.”

Por falar em centro de abastecimento, pela lógica o local seria onde se comercializa um maior volume de produtos e não num local que se tem a fama de ser o maior produtor disso e daquilo; se a Ceasa for para o município vizinho ela não levará consigo centenas de caminhões que partem da cidade de Teolândia repletos de produtos agrícolas com destinos as principais cidades da Bahia e do Brasil , e nem tampouco evitará que esses produtos sejam carregados às margens da BR 101, como observa-se no município. Se é para ser instalado um Centro de abastecimento na região que seja instalado num ponto estratégico, num local que sirva de entreposto comercial e não numa contra mão, pois correra-se o risco de se tornar um grande elefante branco.

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